quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mônica, a arte de uma Psicopata


Já fazia mais de duas horas que Mônica   seguia aquela moça, ela só eperava o momento e o lugar certo para atacá-la.''Eu preciso daquelas mãos'', pensou Mônica enquanto olhava as suas com dificuldade, devido ao casaco longo de mangas compridas, que usava sempre para esconder suas cicatrizes de queimadura por todo o corpo - acidente de infância cujo matou sua família - que há anos a incomodava.
Um colpe certeiro com sua faca de lâmina enferrujada na garganta. ''Esse golpe nunca falha''. E a moça caiu de bruços no chão. Na calçada suja, daquela rua completamente vazia. E em poucos segundos seu sangue se espalha pela calçada passa pelos pés de Mônica até chegar no asfalto. Mônica olhava aquele sangue como se fosse uma poça de água que limpara seus pés.
Com sua perna direita Mônica vira a moça de frente, e a observa morrer, enquanto decepa suas mãos, sem nenhuma demostração de arrependimento ou remorso.
''Pronto está feito''. Pensou Mônica aliviada, quando colocavas mãos da moça ainda sujas de sangue em sua bolsa de plástico. Logo Mônica vai embora tranquila, como se estivesse terminada uma obra de arte.
- Mônica você está aí !? Perguntou Rose - a vizinha cega de Mônica de apenas 12 anos. Enquanto batia na porta do apartamento com sua bengala de madeira.
 - Mônica, acorda, eu sei que você está aí, dormindo com certeza! Rose da uma rizadinha com toque de malicia inoscente.
- Mônica eu vou entrar... Já estou entrando! Roseduz enquanto entrava no apartamento de Mônica.
- Mônica acorda eu lhe trouxe um pedacinho de bolo! Diz Rose enquanto cutucava Mônica com sua bengala.
Mônica acorda assustada, tentando se cobrir com seu cobertor.
- Calma Mônica, não precisa se cobrir! Você esqueceu que sou cega? Eu não posso ver suas cicatrizes. Você sabe que pode ficar bem avontade comigo, eu não enchergo mesmo! Rose fala com ironia.
- O que você quer menina? Mônica pergunta enquanto acende um cigarro.
- Eu vim te trazer esse bolo! Rose estende as maos com o bolo na direção de Mônica.
Mônica pegua o pedaço de bolo com frieza.  Vai até a mesa e o joga. Quando se vira, Rose está fazendo pose mostrando seus óculos novos.
Mônica fica calada, sem dar a mínia importância
- Na verdade o bolo só foi uma desculpa pra vim aqui te mostrar meus óculos novos! Gostou? Mônica faz expressão de desprezo.
- Esses são maiores, e mais escuros. Quase nem se percebe os meus olhos. Espera, eu vou até você para você ver melhor. Enquanto ia em direção a Mônica, Rose tropeça na bolsa onde estava as mãos da moça da noite passada. Rose deixa seus óculos cairem. e enquanto os procura, suja-se com um pouco de sangue.
- O que é isso Mônica? Rose pergunta assustada.
Mônica entra em desespero, e pegua no braço de Rose e a levanta, olhando fixamente em seus olhos. ''São os olhos mais belos que já vi''. Pensou Mônica admirada.
Naquele momento, Mônica desejava aqueles olhos como nunca desejara algo antes. Eram verdes, um pouco vesgos devido sua deficiência, mas mesmo assim , são belos.
- Mônica o que você está fazendo? Ai! Ai! Gritava Rose, enquanto Mônica a apertava com muita força seu pescoço e admirava seus olhos.
- Mônica porfavor não me machuque! O que foi que eu te fiz? Eu sempre cuidei de você. Não me machuque. Porfavor!! Rose desesperada implora pela misericórdia de Mônica.
Mônica pela primeira vez sentia algo humano, se sensibilizou pela misericórdia daquela criança. Mas em poucos segundos de sentimento. Seu instinto falou mais alto. Mônica sem a mínima compaixão acertou Rose pela garganta e arrancou seus olhos. "Pronto! Esta feito" 

                                                                        Roberta L. Andrade (10/11/2010)